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“Um dos fatores da resistência a piretroides em populações brasileiras de Helicoverpa armigera é a alta frequência do gene CYP337B3 do citocromo P450”. A afirmação é do Comitê Brasileiro de Ação à Resistência de Inseticidas (IRAC-BR), que pertence a um subgrupo da Federação Global de Proteção de Plantas, órgão reconhecido pela FAO (Organização de Agricultura e Alimentação) e WHO (Organização Mundial de Saúde). Os piretroides (Grupo 3A) são moduladores dos canais de sódio na célula que provocam transmissões de impulsos nervosos repetitivos e descontrolados, hiperexcitabilidade, perda da postura locomotora, paralisia e morte. A resistência a piretroides foi reportada nos países de origem de Helicoverpa armigera, como Índia, China, Paquistão e Austrália, e na maioria dos casos está relacionada a detoxificação do inseticida por meio da ação de enzimas que possuem a capacidade de metabolizar a molécula. Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) caracterizaram a suscetibilidade de populações brasileiras de H. armigera para dois piretroides (deltametrina e fenvalerate). Realizando bioensaios com sinergistas (PBO, DEF e DEM), estimaram a frequência do gene de resistência CYP337B3 pertencente ao grupo das monooxigenases do citocromo P450. “Os resultados mostraram que mesmo utilizando a dose mais alta nas aplicações dos inseticidas, as populações de H. armigera tiveram mortalidade inferior a 50%. Quando as lagartas foram tratadas com o sinergista PBO (inibidor de enzimas P450) juntamente com a dose diagnóstica do inseticida específico a mortalidade de todas as populações foi de 100%. Além disso, todas as populações apresentaram o gene CYP337B3, com uma frequência acima de 0,95”, aponta o IRAC-BR. “Os resultados evidenciam a importância da implementação de estratégias de manejo da resistência para conseguir preservar a eficácia dos produtos químicos, retardar o processo de seleção de indivíduos resistentes em uma população, controlar a praga e mantê-la em níveis toleráveis abaixo do limiar de dano econômico. Para que o manejo seja realizado com sucesso é imprescindível a adoção de programas de detecção e monitoramento da resistência em populações de praga em campo, até mesmo para nortear os produtores agrícolas ao uso racional dos inseticidas”, concluem os especialistas da entidade. Fonte: www.agrolink.com.br

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Documentos sobre o glifosato usados pela Agência Internacional de Pesquisa Sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês) apontam que houve significativas edições em relação aos originais. A conclusão preliminar estava em desacordo com a descoberta final divulgada pela Organização Mundial da Saúde de que o ingrediente ativo causa câncer, segundo denúncia da agência Reuters. A IARC, radicada em Lyon, na França, é uma entidade semi-autônoma da Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório emitido pela agência sobre o glifosato foi divulgado em Março de 2015. O ingrediente ativo foi ranqueado como cancerígeno do "grupo 2a", ou uma substância que "provavelmente causa câncer". Vej também: Associação de Química pede punição a fraude Essa conclusão do IARC foi baseada em opiniões de seus especialistas, segundo os quais "há evidência suficiente" de que o glifosato causa câncer em animais e "evidência limitada" de que causa câncer em humanos. A classificação no grupo 2a provocou centenas de processos judiciais nos Estados Unidos contra a Monsanto e poderia levar a uma proibição do herbicida na União Europeia. Uma das fraudes é a remoção do textos onde vários cientistas dizem concluir em seus estudos de que "não encontraram nenhuma relação entre o glifosato e o câncer em animais de laboratório". Nessa frase o sentido original foi invertido, aponta a agência Reuters. Em outra frase, havia uma referência no rascunho a uma patologia citada por especialistas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês). O trecho afirmava que um relatório concordou "firme" e "unanimemente" que o glifosato não causou crescimento anormal dos ratos estudados. No estudo final apresentado pela Agência Internacional de Pesquisa Sobre Câncer, esse trecho foi deletado. No total, a Reuters encontrou 10 edições importantes no texto. As negativas de que o glifosato não tem relação com qualquer tumor também foi apagada. A Reuters não foi capaz de determinar quem fez as mudanças. Cientistas da agência não quiseram comentar a reportagem. Fonte: www.agrolink.com.br

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Diante de uma quebra de safra de trigo, o Brasil está avaliando a isenção de tarifa de importação do cereal para uma cota de 750 mil toneladas do produto de fora do Mercosul, uma decisão que poderia favorecer países exportadores como Estados Unidos e Rússia. Uma reunião de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que poderia analisar um pedido do Ministério da Agricultura sobre a cota, deverá ocorrer no dia 8 de novembro. Originalmente, o encontro estava marcado para esta quarta-feira, mas foi transferido para o próximo mês. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a proposta da cota sem tarifa foi incluída entre os assuntos da reunião de outubro do grupo técnico (Gecex), mas o tema não chegou a ser discutido no encontro que costuma ser preparatório para a reunião da Camex. Isso foi feito a pedido dos técnicos do Gecex para que seja feito um debate aprofundado dos órgãos do governo, o que permitiria que a Camex decidisse algo em 8 de novembro, se até lá houver alguma conclusão. Segundo o Mdic, não há previsão para uma próxima reunião do Gecex, que estava anteriormente agendada para o dia 8 de novembro. Se aprovada, a isenção de tarifa de 10 por cento para 750 mil toneladas de trigo produzido fora do Mercosul --importações dentro do bloco não pagam a taxa-- poderia adicionar demanda pelo produto produzido no Hemisfério Norte, especialmente dos Estados Unidos e Canadá, que normalmente complementam as importações brasileiras, dominadas pelo produto do Mercosul. Mas uma decisão pela isenção de tarifa também poderia agradar a Rússia, um dos maiores exportadores globais de trigo, que sempre afirma que gostaria de iniciar vendas aos brasileiros --os russos também são grandes importadores de carnes do Brasil. O ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, encontrou-se com seu colega russo em Moscou no início de outubro, para discutir formas de melhorar o comércio entre os dois países. O secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, afirmou nesta quarta-feira à Reuters que um acordo fitossanitário para a Rússia exportar trigo ao Brasil foi acertado na visita do ministro à Rússia. Ele acrescentou que os russos já poderiam exportar trigo aos brasileiros. Uma liberação da cota sem tarifa, contudo, poderia desagradar principalmente a Argentina, o principal exportador do produto ao Brasil e importante parceiro comercial, que vem aumentando sua produção do cereal após medidas governamentais que estimularam os produtores. SAFRA QUEBRADA A solicitação foi feita após o Brasil registrar uma quebra de safra do cereal em razão de adversidades climáticas e redução na área plantada de quase 10 por cento na comparação com 2016 --essa não seria a primeira vez que o país liberaria uma cota tarifária em momento de oferta menor. A produção brasileira em 2017 foi estimada em 4,88 milhões de toneladas pelo governo brasileiro, redução de 27,4 por cento na comparação com 2016, quando o país obteve um recorde de 6,7 milhões de toneladas, o que desestimulou o plantio neste ano em meio a preços mais baixos. O Brasil consome mais de 11 milhões de toneladas ao ano e deve importar 7 milhões de toneladas em 2017, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Importantes produtores como o Paraná e o Rio Grande do Sul sofreram este ano com problemas de seca, geadas e até chuvas em excesso no momento da colheita, após terem reduzido o plantio ante 2016. Apesar de a questão da menor oferta de trigo do Brasil, o Ministério da Agricultura afirmou que o pedido para isenção de tarifa para uma cota tem a ver com compromisso assumido pelo Brasil com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira, em São Paulo; com reportagem adicional de Polina Devitt, em Moscou; edição de José Roberto Gomes. Fonte: www.agrolink.com.br

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A sessão desta quarta-feira (25) foi de ligeira alta aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity reduziram as valorizações ao longo do dia e finalizaram o pregão com ganhos entre 0,50 e 0,75 pontos, bem próximas da estabilidade. O janeiro/18 era cotado a US$ 9,86 por bushel, enquanto o março/18 trabalhava a US$ 9,96 por bushel. O analista de mercado da AgRural, Adriano Gomes, destaca que o mercado teve um dia calmo, sem grandes movimentações. "Isso porque os investidores estão observando uma safra americana já consolidada e sem grandes problemas durante a colheita", completa o especialista. Em seu último reporte, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra americana em 120,58 milhões de toneladas nesta temporada. Já os trabalhos nos campos ganharam ritmo na última semana depois das chuvas e evoluíram de 49% para 70%. "Além disso, o mercado começa a olhar o clima para a safra da América do Sul. Os mapas mostram uma melhora nas chuvas na virada do mês de outubro para novembro", explica Gomes. A última projeção da consultoria é de um plantio próximo de 20% em todo o Brasil. Se confirmada as previsões, a expectativa é que os trabalhos nos caminhos ganhem ritmo. Nas principais regiões produtoras, os agricultores ainda encontram dificuldades em dar continuidade ao plantio da soja rente às condições adversas. Em Mato Grosso, a semeadura está próxima de 25%, abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Já em Santa Catarina, o cenário é semelhante e até o momento em torno de 20% da área foi plantada com o grão. "As chuvas só voltaram no início do mês de outubro, com chuvas torrenciais e mal distribuídas. O estado também enfrenta um clima irregular e de incertezas, com a ocorrência de geadas e erosão em cima dos próprios plantios", disse Enori Barbieri, vice-presidente da Faesc (Federação de Agricultura do Estado de Santa Catarina). Demanda Há um consenso entre os analistas de que a demanda chinesa permanece firme pelo grão norte-americano. "Porém, a demanda deu uma desacelerada essa semana, não vimos anúncios de novas vendas. Acreditamos que os preços próximos de US$ 10,00 por bushel e a alta do dólar no cenário internacional, pesam na questão da demanda e deixam o produto americano menos atrativo", ressalta Gomes. Mercado brasileiro Em contrapartida, a valorização tem contribuído na formação dos preços brasileiros. A moeda americana fechou a quarta-feira com leve de 0,07%, cotada a R$ 3,2451 na venda. O dólar foi influenciado pela informação de internação do presidente brasileiro, Michel Temer, conforme informou a Reuters. Ainda assim, a moeda subiu mais de 2,60% nos últimos dias. No Porto de Rio Grande, o preço futuro subiu 0,66% e a saca encerrou o dia a R$ 76,00. Já o disponível subiu 0,55% e a saca finalizou o dia a R$ 73,00. "Vimos uma melhora na movimentação no mercado, mas nada muito expressivo. O produtor ainda está mais preocupado com o plantio do que com a comercialização", pondera o analista da AgRural. Em Rio do Sul (SC), a saca da soja registrou alta de 2,44% nesta quarta-feira e finalizou o dia a R$ 63,00. Na região de Ponta Grossa (PR), o ganho foi de 1,45%, com a saca a R$ 70,00. Já em Rio Verde (GO), a alta foi de 1,75%, com a saca a R$ 58,00. As informações fazem parte do levantamento diário realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.

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Esta terça-feira (24) trouxe uma boa e uma má notícia para os apreciadores de vinhos. A produção global deve cair ao menor nível desde 1961, divulgou a Organização Internacional do Vinho (OIV), em Paris. Por outro lado, o Brasil terá forte crescimento. Após amargar produção baixa em 2016, em 1,3 milhões de decalitros (mhl), a produção nacional deve chegar a 3,4 mhl, segundo o órgão internacional. Um hectolitro é o mesmo que 100 litros, ou 133 garrafas de 750 ml de vinho. “Saímos da menor safra da história para a maior. No ano passado, tivemos quebra de 57% no Rio Grande do Sul, em função de geadas fora de época e granizos no período de maturação , quando foram processados 300 milhões de quilos de uvas. Em 2017, tivemos média acima do normal. Processamos 750 milhões de quilos, superando 2011, quando foram 710 milhões”, explica o diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), de Bento Gonçalves (RS), Leocir Bottega. No mundo, a estimativa de produção de vinho total da OIV está entre 243 e 250 decalitros (mhl) - 8% menor do que o ano passado. “Na União Europeia, os eventos climáticos, de geadas a secas, impactaram significativamente a produção de vinho em 2017, que já era historicamente baixa”, informou a OIV em relatório divulgado nesta terça. E o preço do vinho? Os três principais produtores do mundo devem fechar o ano com quedas: a Itália em 39,3 mhl, a França em 36,7 mhl e Espanha em 33,5 mhl. Por outro lado, Portugal tem crescimento marginal da produção, chegando a 6,6 mhl. Outro grande produtor, os Estados Unidos (com 23,3 mhl) devem ter praticamente a mesma produção do ano anterior. Apesar da redução global, não é possível estimar um aumento de preços, diz Leocir Bottega. “Os vinhos e derivados não dependem do mercado e sim da produção agrícola. Mas é difícil fazer uma previsão porque o mercado sempre teve oferta suficiente. Geralmente, o Brasil e outros países sempre têm excedente de produção, e essas variações não chegam a afetar [os preços]”, comenta o diretor técnico. De acordo com a OIV, o consumo estimado para este ano é de entre 240 e 245,8 mhl, ou seja, um dado similar à produção global. Produção: vinhos argentinos e chilenos Enquanto a África do Sul está estável (10,8 mhl), a América do Sul cresceu seus lotes graças a um país: a Argentina. Nossos ‘hermanos’ aumentaram em 25% a produção de vinho comparado a 2016, chegando a 11,8 mhl. Esse foi o melhor resultado do país vizinho dos últimos anos. Principal concorrente do vinho argentino, o Chile está na direção oposta: perdeu 6% da produção comparado ao ano passado, com registro de 9,5 mhl em 2017. Outra fonte produtora é a Oceania. A produção da Austrália deve crescer 6%, chegando a 13,9 mhl. Porém, a Nova Zelândia deve amargar queda de 9% na produção, ficando em 2,9 mhl. Fonte: www.agrolink.com.br