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Com safra consolidada nos EUA e chuvas no Brasil, soja tem dia estabilidade em Chicago
A sessão desta quarta-feira (25) foi de ligeira alta aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity reduziram as valorizações ao longo do dia e finalizaram o pregão com ganhos entre 0,50 e 0,75 pontos, bem próximas da estabilidade. O janeiro/18 era cotado a US$ 9,86 por bushel, enquanto o março/18 trabalhava a US$ 9,96 por bushel.
O analista de mercado da AgRural, Adriano Gomes, destaca que o mercado teve um dia calmo, sem grandes movimentações. "Isso porque os investidores estão observando uma safra americana já consolidada e sem grandes problemas durante a colheita", completa o especialista.
Em seu último reporte, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra americana em 120,58 milhões de toneladas nesta temporada. Já os trabalhos nos campos ganharam ritmo na última semana depois das chuvas e evoluíram de 49% para 70%.
"Além disso, o mercado começa a olhar o clima para a safra da América do Sul. Os mapas mostram uma melhora nas chuvas na virada do mês de outubro para novembro", explica Gomes. A última projeção da consultoria é de um plantio próximo de 20% em todo o Brasil.
Se confirmada as previsões, a expectativa é que os trabalhos nos caminhos ganhem ritmo. Nas principais regiões produtoras, os agricultores ainda encontram dificuldades em dar continuidade ao plantio da soja rente às condições adversas. Em Mato Grosso, a semeadura está próxima de 25%, abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.
Já em Santa Catarina, o cenário é semelhante e até o momento em torno de 20% da área foi plantada com o grão. "As chuvas só voltaram no início do mês de outubro, com chuvas torrenciais e mal distribuídas. O estado também enfrenta um clima irregular e de incertezas, com a ocorrência de geadas e erosão em cima dos próprios plantios", disse Enori Barbieri, vice-presidente da Faesc (Federação de Agricultura do Estado de Santa Catarina).
Demanda
Há um consenso entre os analistas de que a demanda chinesa permanece firme pelo grão norte-americano. "Porém, a demanda deu uma desacelerada essa semana, não vimos anúncios de novas vendas. Acreditamos que os preços próximos de US$ 10,00 por bushel e a alta do dólar no cenário internacional, pesam na questão da demanda e deixam o produto americano menos atrativo", ressalta Gomes.
Mercado brasileiro
Em contrapartida, a valorização tem contribuído na formação dos preços brasileiros. A moeda americana fechou a quarta-feira com leve de 0,07%, cotada a R$ 3,2451 na venda. O dólar foi influenciado pela informação de internação do presidente brasileiro, Michel Temer, conforme informou a Reuters. Ainda assim, a moeda subiu mais de 2,60% nos últimos dias.
No Porto de Rio Grande, o preço futuro subiu 0,66% e a saca encerrou o dia a R$ 76,00. Já o disponível subiu 0,55% e a saca finalizou o dia a R$ 73,00. "Vimos uma melhora na movimentação no mercado, mas nada muito expressivo. O produtor ainda está mais preocupado com o plantio do que com a comercialização", pondera o analista da AgRural.
Em Rio do Sul (SC), a saca da soja registrou alta de 2,44% nesta quarta-feira e finalizou o dia a R$ 63,00. Na região de Ponta Grossa (PR), o ganho foi de 1,45%, com a saca a R$ 70,00. Já em Rio Verde (GO), a alta foi de 1,75%, com a saca a R$ 58,00. As informações fazem parte do levantamento diário realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.