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Soja na Argentina passa a pagar 27% de "retenciones" sobre as exportações. Trigo e milho 9%

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O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou suas primeiras medidas econômicas: elevou os custos para demissão sem justa causa e o imposto sobre exportação de produtos agrícolas. No Diário Oficial deste sábado, 14, o governo de Fernández publicou decreto que estipula que o imposto de exportação para grãos passe a ter alíquota de 9% em substituição aos 4 pesos por dólar exportado que estava em vigor até agora. A soja, além de manter a base de 18%, que somada aos 9% de todos os outros produtos,ficará com uma taxa de exportação de 27%, de acordo com o jornal Clarín. (Trigo e o milho pagam 9%, assim como carnes, farinhas e legumes). A medida vale a partir deste sábado. Esse valor aumenta os valores pagos: 30% a mais para a maioria dos grãos e 15% para a soja. Até sexta-feira, com o mecanismo de 4 pesos por dólar, as retenções eram pagas a uma taxa de 6,5% para todos os grãos e esse porcentual mais 18% fixos para a soja, totalizando 24,5% para oleaginosas. O trigo e o milho pagam 9%, assim como carnes, farinhas e legumes. Embora o anúncio seja de aumento, ele está em linha com a previsão de especialistas do agronegócio, uma vez que o novo governo já vinha antecipando a medida. Por meio de um decreto de necessidade e urgência publicado neste sábado, 14, o peronista também determinou que trabalhadores demitidos sem justa causa nos próximos 180 dias passem a receber o dobro do valor da rescisão de contrato. De acordo com o jornal argentino Clarín, o texto do decreto justifica a decisão devido à gravidade da crise de emprego, cuja taxa de desemprego cresceu para 10,6% no segundo trimestre de 2019, um ponto a mais do que doze meses atrás. A medida surpreendeu, uma vez que o próprio Fernández havia relativizado seu impacto durante a campanha eleitoral. O presidente Alberto Fernández tomou posse na terça-feira (11), prometendo o fim das políticas pró-mercado do ex-presidente Mauricio Macri, já que a inflação sobe acima de 50%, em meio ao avanço da pobreza e baixo crescimento econômico. Alberto FernandezAlberto Fernández tem a missão de acertar o rumo de uma economia em crise Foto: Agustin Marcarian/REUTERS Durante seu discurso de posse na Assembleia Legislativa, porém, o presidente foi enfático ao descrever a crise de emprego. "Hoje, o desemprego afeta quase 30% dos jovens e, em taxas mais altas, as mulheres jovens. Existe mais de 1,2 milhão de jovens que não estudam nem trabalham", disse. O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) diz que "os trabalhadores afetados terão o direito de receber o dobro da remuneração correspondente de acordo com a legislação vigente". Ainda não se sabe como as empresas receberão a notícia. Dias atrás, a União Industrial Argentina (UIA) disse considerar um erro o retorno do pagamento de indenização dupla. "Não é uma ferramenta para este momento, já que a prioridade deve ser a produção", disse José Urtubey, membro da UIA. Fonte: www.noticiasagricolas.com.br