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Soja: Mercado brasileiro termina semana com mais oportunidades, mas preços ainda limitados
Os preços da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (2) na Bolsa de Chicago com estabilidade. Os futuros da oleaginosa encerraram os negócios com pequenos ganhos de pouco mais de 3 pontos, depois de atuar durante todo o dia em campo positivo e com tímidas altas.
Assim, o agosto ficou em US$ 8,50 e o novembro, US$ 8,68 por bushel, e o mercado se recuperou, ao menos em partes, das mínimas em sete semanas que registrou na sessão anterior. Nesta quinta (1), as cotações foram duramente pressionadas pelo anúncio de que os EUA colocarão novas tarifas de 10% sobre mais US$ 300 bilhões em produtos importados da China.
O movimento foi mais um movimento para intensificar a guerra comercial e sinalizar que a demanda da nação asiática por soja no mercado norte-americano seguirá limitada ou até mesmo sem acontecer. E assim, segue a pressão do conflito sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago.
Do mesmo modo porém, o último movimento do presidente Donald Trump pode ter sido mais uma porta aberta para o mercado brasileiro de soja, como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities.
"O Brasil tem que aproveitar este momento, estreitar suas relações com a China (...) Claro que a China não tem muitas outras opções de compra, o Brasil é o maior exportador mundial de soja, a Argentina não tem como atender a demanda dos chineses por soja, muito menos por carnes. Sobra o Brasil", diz. Araújo explica que hoje as exportações mundiais de soja estão 85% concentradas entre EUA, Brasil, Argentina e Paraguai, "e a China não compra soja paraguaia", completa.
Essas oportunidades, no entanto, ainda não se traduzem em preços melhores. Os atuais patamares de preços ainda seguem pouco atrativos para os produtores brasileiros, que esperam melhores oportunidades para voltar ao mercado, principalmente para a safra nova.
Da safra 2018/19, o Brasil já tem mais de 75% vendido e, de janeiro a julho, já embarcou mais de 53 milhões de toneladas, de acordo com os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Do restante - 19 milhões de toneladas, de acordo com os cálculos da Agrinvest - boa parte já está comprometida.
"O mercado está bem vendido, várias tradings se alongaram. E a China, não faz muito tempo, a China havia comprado apenas 10% de sua demanda para outubro a janeiro. E tem adotado uma estratégia de comprar da mão para boca. Será que não é momento de afirmarmos que a China aprendeu a conviver com baixos estoques de soja?", questiona o analista.
A estratégia, ainda segundo Araújo, é o produtor brasileiro tratar cada componente da formação de preços no Brasil de forma independente, aproveitando o melhor momento de cada uma delas. E mais do que isso, acredita que os prêmios no Brasil deverão começar a ganhar mais a força a partir de outubro quando, sazonalmente, os futuros na CBOT devem começar a ceder com um pouco mais de intensidade dado o período de colheita nos EUA.
Fonte: www.noticiasagricolas.com.br