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EUA: Janela de plantio está encerrada para o milho e não há estímulo para migração para a soja
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seus novos números de avanço do plantio no país na última semana, até este domingo, 2 de junho. O mercado se mostra ansioso, mais uma vez, pelo relatório, uma vez que para o milho a janela de plantio já terminou nos EUA e para a soja, dadas as atuais condições climáticas, fica cada vez mais estreita.
O mercado espera que o boletim - que chega às 17h (horário de Brasília) - traga a área de milho semeada entre 68% e 73%, contra 58% da semana passada e da média aproximada para este período de 95%.
"Estou na mínima desse intervalo depois de ouvir vários produtores falando sobre a última semana", disse o analista internacional Kevin Van Trump em sua conta no Twitter nesta segunda-feira (3). Seu gráfico, na sequência, mostra como tem sido o avanço semanal da semeadura do cereal em comparação com últimos nove anos.
Para a soja, o intervalo esperado é de 39% a 44%, frente aos 29% da semana anterior e 75% de média aproximada para esta data. No caso da oleaginosa, Van Trump alerta para o acompanhamento ainda mais rigoroso dos principais estados produtores - Illinois, Iowa, Minnesota, Nebraska, Indiana, Ohio, Missouri, Arkansas, Dakota do Sul e Dakota do Norte - onde o atraso tem sido considerável. É possível comparar com a imagem que vem na sequência.
"O produtor segue lutando para tomar suas decisões, se aderem ao programa do Prevent Plant, se migram para a soja ou se estendem um pouco mais o plantio do milho", relata o analista sênior do portal Farm Futures, Bryce Knorr.
Essa luta se dá por dias de cruzamento de dados pelos agricultores norte-americanos. As condições de clima são muito desfavoráveis neste momento, as previsões para os próximos dias mostram uma pequena janela em algumas localidades, mas a volta de chuvas consideráveis já a partir desta quarta-feira (5).
E justamente diante essas projeções é que o mercado projeta também uma área recorde sem plantio nos Estados Unidos nesta temporada. Para Jack Scoville, diretor da Price Futures Group, de Chicago, somente de milho deverão ser mais de 3,6 milhões de hectares (9 milhões de acres). "Para a soja ainda não temos uma perspectiva muito clara, tudo depende do clima agora", diz, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
De acordo com informações da consultoria internacional Allendale, Inc., o USDA começa a reportar a área onde foi adotado o Prevent Plant a partir de agosto. E a maior parte das análises, até este momento, esperam pelo menos 3,24 milhões de hectares (8 milhões de acres) dentro deste programa de seguro.
Para Scoville, o avanço no plantio do milho deve ser, na semana, de 8% e de 12% para a soja. "Isso é muito pouco. O produtor está aproveitando como pode agora, o clima um pouco mais seco. Mas já se fala de mais chuvas chegando a partir de quarta-feira, isso é uma preocupação para o mercado agora", explica. "Alguns produtores já não fazem mais nada de milho nesse momento", completa.
Enquanto as decisões ainda não são tomadas, o mercado segue especulando sobre a migração do milho para a soja. No entanto, o atual cenário parece não estimular essa mudança, como explica o analista da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo.
"Ao fazer a conta do seguro do Prevent Plant vale muito mais a pena o produtor fazer nesse momento - com a atual produtividade esperada da soja e os preços futuros em Chicago - não vai valer a pena ele nem plantar soja. Vale mais ele acionar o seguro que vai receber mais do que plantando a soja. Então, os preços em Chicago desincentivam os produtores a migrarem, deixarem de receber o Prevent Plant, para que ele arrisque plantando", detalha o especialista.
Fonte: www.noticiasagricolas.com.br