Na visão da T&F Consultoria Agroeconômica, dois fatores estão travando o mercado do milho, numa espécie de ‘queda de braço’, o que está levando o preço a subir. “O primeiro é e principal fator de alta dos preços do milho nesta temporada é a vontade do agricultor que fez algo parecido com o que fizeram os caminhoneiros: parece que combinaram todos entre si de soltar os seus estoques em conta-gotas, sempre abaixo do que o mercado precisa, para manter altos os preços. E deu certo!”, comenta o analista Luiz Fernando Pacheco.
A este fator (que vinha ocorrendo desde a primeira safra), acrescenta o especialista, se somou um segundo, no mês de maio, que foi a parada dos transportes. Segundo ele, os efeitos da paralisação ainda continuam, por conta da indefinição dos fretes e que deixa “desesperados os produtores de carnes e as fábricas de ração”.
“Estes dois fatores estão engessando o mercado desde o início deste ano. Nossa estimativa é que só poderão se desfazer quando entrar a próxima safra, talvez só a de verão, que talvez será maior, dados os excelentes preços que estão sendo oferecidos. Os agricultores estão forçando os preços altos do milho nesta temporada, no que estão apenas defendendo os seus direitos”, justifica.
“Porque, se olharmos bem o quadro de oferta & demanda do milho para a temporada 2017/18, veremos que houve uma quebra de aproximadamente 8,63 milhões de toneladas entre as duas safras, segundo o último relatório da Conab, de maio, mas, de outro lado, houve uma sobra de 18,74 milhões de toneladas da safra anterior, de 2016/17, que poderá cobrir fartamente a quebra ocorrida, de tal maneira que a própria Conab prevê outro estoque final, da safra 2017/18 de 18,65 milhões de toneladas. Então, realmente, milho não vai faltar”, conclui.
Fonte: www.agrolink.com.br