Na avaliação do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco, o cenário político brasileiro e a corrida presidencial estão afetando o preço da soja no mercado físico do País. Segundo ele, o fator que realmente influenciou os preços da soja nesta segunda-feira (14.05) foi a valorização do dólar, que subiu 0,76%, elevando a cotação ao ponto mais alto em dois anos.
De acordo com o especialista, a moeda norte-americana subiu frente ao Real “basicamente devido à pesquisa eleitoral feita pelo CNA (Confederação Nacional de Agricultura) e divulgada [na segunda-feira], mostrando a subida dos candidatos da esquerda Marina Silva e Ciro Gomes, embora Jair Bolsonaro ainda lidere sem a presença de Lula”.
“Então, o que está mexendo com o preço da soja no Brasil não é [a Bolsa de] Chicago, nem a guerra particular do Trump, que não se concretizará, mas a política interna no Brasil [...] Com a forte elevação do dólar, era de se esperar que os preços nos portos se elevassem e foi isto o que aconteceu: 0,50%, reduzindo a queda mensal da soja para 1,13% (apesar das alas de Chicago e do dólar, ainda está menor do que o final do mês passado, notem bem). No interior, os preços também subiram (porque as indústrias exportam farelo e óleo) 0,81%, reduzindo a queda mensal para 0,82%”, explicou Pacheco.
“Com isso, os lucros dos agricultores voltaram a subir. E nossa recomendação continua a mesma: aproveitar os excelentes preços oferecidos hoje, ao redor de R$ 80,00/saca para esta e para a próxima safra, que proporcionam lucros ao redor de 43%”, conclui.
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