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Produtores alongaram R$ 3,1 bi em parcelas de investimento

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Produtores de 14 Estados prorrogaram R$ 3,1 bilhões em parcelas de crédito rural de investimentos com vencimento previsto para este ano. Foram adiadas prestações de 21,3 mil operações de financiamentos, segundo dados fornecidos pelo Banco Central a pedido da Globo Rural. Mais de 90% das dívidas alongadas são de produtores gaúchos e paranaenses. A medida foi criada pelo governo no fim de março como forma de antecipar soluções para uma possível "crise" em função dos efeitos do clima, sobretudo da falta de chuvas, na produção de soja, milho, carne e leite no Centro-Oeste, e da queda dos preços das commodities. Os Estados do Sul foram incluídos devido ao histórico de perdas por conta de secas. A adesão às prorrogações foi até 31 de maio. O alcance da medida foi limitado. A soma das parcelas passíveis de prorrogação passava de R$ 28,2 bilhões. Desses, R$ 20,7 bilhões eram referentes a operações com recursos equalizados, que geram custos ao Tesouro Nacional. Procurado pela reportagem, o governo não informou o valor das operações prorrogadas que têm subvenção federal nem qual será o custo dos adiamentos até o fechamento desta edição. Podiam ser prorrogadas prestações de produtores de soja, milho e pecuaristas de Goiás e Mato Grosso; de bovinocultura de carne e leite de Minas Gerais; de soja, milho e pecuária de leite de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; de bovinocultura de carne de Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins; de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne de Mato Grosso do Sul; e bovinocultura de leite do Espírito Santo e Rio de Janeiro. A lista dos pedidos foi liderada pelos gaúchos. Ao todo, mais de 16 mil operações contratadas por agricultores e pecuaristas do Rio Grande do Sul foram prorrogadas. O valor passou dos R$ 2 bilhões — mais da metade referente a empréstimos para a compra de máquinas, equipamentos, tratores, colheitadeira. Na sequência, aparecem os paranaenses. Foram 4 mil operações prorrogadas, no valor de R$ 808 milhões. A maior parte dos empréstimos prorrogados também foi para a compra de máquinas e equipamentos. O ranking é completado por Santa Catarina, onde foram prorrogados 836 financiamentos de investimentos, com saldo de R$ 123,7 milhões. Nenhum produtor do Amapá, Amazonas e Espírito Santo pediu prorrogação. No Centro-Oeste, onde o clima gerava preocupação no governo, poucos produtores aderiram. Várias reuniões foram feitas em Brasília para analisar o impacto da seca na produção e a necessidade de uma medida mais ampla para dirimir os efeitos da possível quebra na colheita. Em Mato Grosso, 194 produtores solicitaram prorrogação dos investimentos. As parcelas somam apenas R$ 84,7 milhões. Em Mato Grosso do Sul, foram 185 prorrogações no valor de R$ 73,2 milhões. Já em Goiás, apenas 4 operações foram adiadas com saldo de R$ 5 milhões. No setor, a avaliação é que muitos produtores tentaram saldar ou carregar suas dívidas mais um pouco e aguardar por taxas mais atrativas no Plano Safra 24/25, para buscar crédito novo. "Abrimos a possibilidade de fazer a prorrogação. Se o produtor não fez é porque não precisava", disse uma fonte do governo. A baixa adesão às prorrogações deve limitar o impacto da ação no orçamento para a equalização dos juros do próximo Plano Safra. O potencial de gastos totais para a União era de R$ 3,2 bilhões se todos os agricultores e pecuaristas elegíveis solicitassem a medida. A expectativa em Brasília era que metade desses possíveis beneficiários fosse aderir à medida, o que demandaria R$ 1,5 bilhão dos cofres públicos em alguns anos, o que não se confirmou. No voto do Conselho Monetário Nacional (CMN) que criou as regras para a prorrogação, o governo informou impacto estimado de R$ 3,2 bilhões se todos os beneficiários aderissem à medida, sendo R$ 1,6 bilhão da agricultura empresarial e outros R$ 1,6 bilhão da agricultura familiar. Fonte: https://agronoticia.com.br/noticia/23756/produtores-alongaram-rs-3-1-bi-em-parcelas-de-investimento.html