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Soja: Mercado brasileiro termina semana com altas de quase 8%; Chicago volta a se aquecer
O mercado da soja na Bolsa de Chicago se aqueceu no final da semana e, depois de subir quase 20 pontos no pregão desta sexta-feira (27), para terminar os negócios com ganhos acumulados entre 1,23% e 1,58% entre as posições mais negociadas.
Assim, o contrato maio/18 foi a US$ 10,45 por bushel, enquanto o agosto/18 foi a US$ 10,58.
Dessa forma, a semana para os preços no Brasil não foi muito diferente e o saldo também foi positivo entre as principais praças de comercialização e nos portos do país, de acordo com um levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.
Mesmo com uma derrapada do dólar - que nos melhores momentos da semana chegou a bater e superar os R$ 3,50 - os ganhos chegaram a R$ 5,00 por saca em alguns locais, ou 7,81%, como em Sorriso/MT, onde o último prçeo ficou em R$ 69,00.
Entre os portos, as referências terminaram entre R$ 86,50 e R$ 87,00 por saca, com altas acumuladas de quase 3%.
Apesar do bom desempenho dos preços no cenário interno, os negócios registraram um volume bem mais limitado do que há algumas semanas, e aconteceram de forma muito mais pontual entre as principais regiões produtoras.
Ainda assim, os produtores seguem aproveitando - mesmo que de forma mais pontual agora - os preços, que são alguns dos melhores da história do mercado nacional, como explicam analistas e consultores.
Esses preços são os terceiros melhores da nossa história, excepcionais, mas o produtor deu uma boa acelerada nas vendas em março, abril, aproveitou os picos, e nessa semana já não percebemos grande interesse de venda. Então, entendo que uma nova entrada (do produtor) com maior volume precisaria de algum valor a mais e o pessoal voltar a vender com mais força", diz o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os ganhos neste final de semana foram, como explicou o analista de mercado Adriano Gomes, da AgRural, foram especulativos diante dos rumores de que as exportações norte-americanas de farelo de soja serão incentivadas pelas quebras de safra na Argentina.
Nesta sexta-feira, os futuros do derivado chegaram a subir até 4% nos melhores momentos do pregão, registrando seu melhor patamar desde março.
"Quem liderou os rallies de hoje é o farelo. Há um sentimento forte de que as quebras na Argentina irão reduzir sua capacidade de processamento e os EUA podem ser favorecidos. Esse aperto na oferta ainda não foi resolvido", diz Dan Cekander, presidente da DC Analysis à Reuters Internacional.
Do lado dos fundamentos também, os traders permanecem acompanhando de perto o desenvolvimento do plantio 2018/19 dos EUA. As condições de clima começam a melhorar para os trabalhos de campo de forma a garantirem uma boa área para o milho e menos produtores americanos migrando do cereal para a soja.
Assim, cresce a expectativa para os novos números de acompanhamento de safra e evolução da semeadura que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz em seu reporte semanal na próxima segunda-feira, 30 de abril.
"A incidência solar e temperaturas mais quentes favorecem a entrada mecanizada no campo. No entanto, chuvas intensas voltam a cobrir as principais regiões sojicultoras dos Estados Unidos na próxima quarta-feira, 2 de maio. Até lá, deveremos observar um ritmo de plantio extremamente acelerado no Cinturão", segundo a AgResource Mercosul, sinalizando uma tentativa dos produtores de compensar tal atraso.
A ARC estima que até este próximo domingo, algo em torno de 4% da área de soja estadunidense seja semeada. O ritmo se mostra dentro das normalidades, porém ficaria sendo apenas a metade da área plantada no mesmo período de 2017.
Na Argentina, os prêmios de exportação se elevam com sinais de que a colheita não anda tão bem, com a severa seca no primeiro trimestre de 2018 e com chuvas intensas agora durante no período de maturação. As precipitações continuam constantes no Centro e Leste da Argentina. Os índices pluviométricos para este fim de semana ultrapassam os 65 mm acumulados. O ritmo de colheita deve ser reduzido nas regiões regadas com tais totais.
Nos EUA, as exportações seguem medianas, com uma leve redução do ritmo criado nos últimos 40 dias. Na semana pas- sada, foram vendidos apenas 371.000 tons de soja EUA para exportação.
Fonte: www.noticiasagricolas.com.br