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SC: Secretaria da Agricultura e Epagri apresentam avaliação de impactos da estiagem na produção agropecuária
Agronegócio catarinense já sente os efeitos da estiagem prolongada no estado. Nesta quinta-feira (5), durante encontro da governadora Daniela Reihner com lideranças do setor produtivo, Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) apresentaram a avaliação de impactos da seca na produção agropecuária e as ações já executadas em apoio aos produtores rurais.
"Os reflexos da estiagem que vem castigando Santa Catarina são sentidos em todo o Estado, e o foco neste momento é o atendimento emergencial e imediato aos atingidos. Vamos continuar agindo, e já pedi relatórios das perdas nos diferentes setores para buscar mais ajuda e minimizar os efeitos da estiagem”, anunciou a governadora Daniela Reihner.
A estiagem que assola Santa Catarina teve início em junho de 2019 e já se mostra a mais severa desde 2005. “A estiagem já se mostrou como um evento cíclico em Santa Catarina e nós precisamos pensar em ações a longo prazo para que possamos dar mais tranquilidade aos produtores rurais. A criação do Gabinete de Crise é uma oportunidade de unirmos esforços para melhor atender os agricultores”, ressalta o secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa.
A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, lembra a importância de estar próximo dos agricultores familiares neste momento de crise. “Cabe à Epagri identificar as regiões mais atingidas e levar aos produtores rurais as políticas públicas adequadas para superação deste momento. Nossas equipes de extensionistas e pesquisadores estão trabalhando incansavelmente para desenvolver tecnologias de baixo impacto para manejo e conservação de solo, além de gerar informações confiáveis para a sociedade”.
Investimentos
Ao longo de 2020, a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural concentrou seus recursos para atender os produtores rurais que tiveram prejuízos com a estiagem e com outros problemas climáticos. Este ano, foram criados novos programas e linhas de crédito para incentivar os investimentos em sistemas de captação e uso de água, além de projetos de apoio à reconstrução de estruturas prejudicadas com eventos climáticos extremos.
“Com o programa de Fomento Agropecuário somado aos novos programas que criamos este ano, investimos mais de R$ 24 milhões no apoio do setor produtivo, beneficiando cerca de 1.400 famílias. Estamos fazendo um grande esforço para incentivar a construção de cisternas e a perfuração de poços artesianos”, destaca o secretário Gouvêa.
Estimativa de perdas
Durante o encontro, o analista Haroldo Tavares Elias apresentou a avaliação do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) sobre o impacto da estiagem na produção agropecuária catarinense.
O Extremo Oeste é a região catarinense cujos cultivos agrícolas estão em situação mais delicada em decorrência da estiagem. Em seguida aparecerem Oeste e Meio-Oeste. Milho (silagem e grão), fumo e pastagens sãos as as culturas mais atingidas até o momento.
Milho silagem
Segundo a Epagri/Cepa, milho silagem acumula perda média de -6,75% na produção estadual, resultando numa produção esperada de 8,8 milhões de toneladas. Na região Extremo Oeste a perda média é de -13,76%, enquanto no Oeste fica em -7,24% e no Planalto Norte chega a -10,03%. Em relação às condições das lavouras implantadas, 66,1% são consideradas boas, 21% médias e 12,8% ruins. Alguns municípios destas regiões já contabilizam perdas na produção superiores a 60%.
Milho grão
Para o milho grão primeira safra, até o momento, a perda média esperada para o estado é de - 4,12%. O maior impacto está no Extremo Oeste, onde a quebra de produção média é de -19,07%. No Oeste a perda está em -9,2%. Do total de lavouras do Estado, 56,5% estão em condição boa, 30,9% em situação média e para 12,6% a condição é considerada ruim. Neste cenário, a produção esperada é de 2,8 milhões de toneladas. As condições de lavoura ruins em boa parte das áreas plantadas e a previsão de pouca chuva nos próximos dias dão indicativos de que até o final da safra a quebra deverá ser maior.
Fumo
O fumo enfrenta até agora uma variação média de produção de - 1,92% no estado, com produção estimada em 209,7 mil toneladas. A perda não foi maior porque a estiagem está mais amena na principal região produtora. Fumicultores do Extremo Oeste já acumulam perdas de -14,16%, no Oeste as perdas são de -7,94% e no Meio-Oeste chegam a 6,05%. Boa parte das lavouras (75,6%) estão em boas condições. Para 19,6% a condição dos cultivos é média e 4,8% dos plantios estão em condição ruim.
Pastagens
Até o início de novembro, diversas regiões registravam impactos negativos da estiagem sobre a qualidade e quantidade de pastagens disponíveis para a produção animal, o que afeta o ganho de peso e a produção de leite, bem como na disponibilidade de água para os animais. As regiões mais atingidas são Extremo Oeste, Oeste e Meio-Oeste, que respondem por 80% da produção leiteira catarinense.
Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/272995-sc-secretaria-da-agricultura-e-epagri-apresentam-avaliacao-de-impactos-da-estiagem-na-producao-agropecuaria.html#.X6U-kWhKjIU.