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Apesar das últimas chuvas, umidade do solo ainda é baixa e desfavorável ao plantio em boa parte do país, alerta especialista

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Apesar das chuvas registradas nos últimos dias em partes do Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, as chuvas continuam irregulares e apenas produtores no noroeste do Mato Grosso, centro do Mato Grosso do Sul, leste de Goiás e sul de São Paulo já tem condição positiva para semeadura da soja. "É possível observar que para grande parte da região Centro-Oeste a condição de balanço ainda é predominantemente desfavorável para o plantio, apenas com algumas exceções", afirma a Agrymet. A análise feita por Paulo Sentelhas, CTO da Agrymet e professor da Esalq/USP, mostra ainda que as chuvas levaram alívio apenas para o produtor de café da região central de Minas Gerais, e com exceção do sul do Paraná, as demais regiões do sul continuam enfrentando problemas com intenso déficit hídrico. O especialista explica que para ter uma boa condição de plantio, é necessário que o solo tenha pelo menos 60% de água disponível. Com base nesses números, os mapas da Agrymet mostram condições de plantio para o noroeste do Mato Grosso, onde o acumulado já está acima de 80%. No centro do Mato Grosso do Sul a disponibilidade de água, até segunda-feira (19), era de 60%. No leste do Goiás, os números também ficam entre 60 e 80 %, mesma condição observada no sul de São Paulo. Já no sul do Paraná, os volumes indicam 60% de armazenamento. Para as demais regiões, os volumes não ultrapassam os 20%. "Nós recomendamos o plantio quando há pelo menos 60% de de armazenamento. Menos que isso o produtor corre um grande risco de precisar fazer o replantio. Quando os volumes estão entre 40 e 60%, o produtor só deve fazer o plantio se tiver a certeza de novas chuvas", afirma o especialista. Os modelos meteorológicos, segundo Sentelhas, continuam indicando o retorno de chuvas mais regulares entre a última semana de outubro e primeira semana de novembro. "Temos a perspectiva de novas chuvas no final deste mês. As perspectivas são boas, mas apenas para o Brasil Central", comenta. Paulo destaca ainda que as chuvas previstas precisam se confirmar para não prejudicar a janela do milho safrinha em todo o Centro-Oeste. Para o sul do Brasil, as condições continuam críticas nos três estados, com exceção do sul do Paraná. "A situação está muito difícil para o milho no Rio Grande do Sul e uma perspectiva muito ruim para a soja", afirma Sentelhas. O mapa da Agryment mostra armazenamento entre 10 e 20 % no norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e centro-norte do Paraná. Diferente do Brasil Central, os modelos não indicam chuvas expressivas para a região no mês de novembro. Paulo afirma que os mapas mostram sim a possibilidade de precipitação, mas ainda de maneira muito irregular. Vale lembrar que em um ano de La Niña a tendência é de uma diminuição drástica nos volumes de chuvas para a região sul do Brasil. Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/271616-apesar-das-ultimas-chuvas-umidade-do-solo-ainda-e-baixa-e-desfavoravel-ao-plantio-em-boa-parte-do-pais.html#.X48TjdBKjIU.