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Geadas no trigo mostram que Brasil só deixará de importar quando assumir os prejuízos do produtor

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A geadas do final da semana no sul do País quebraram, no minimo, em 10% a produção de trigo nacional. No oeste do Rio Grande do Sul - região de Vacaria - o frio cortou as hastes das plântulas bem no ponto do "emborrachamento" (pré-colheita). A compensação, obviamente, virá através de mais importações. Somos o 7.o maior importador mundial, com 6.7 milhões de t, para um consumo de 12 milhões de t (45 a 50% do que consumimos). No entanto, somos também exportadores de trigo. Já exportamos 400 mil t este ano, e poderemos chegar ao final com 1,5 de t vendidos lá fora. Prova de que temos qualidade e que há espaço para mais vendas externas (possibilitada pelo cambio). Mas não temos produto para fornecer aos compradores. O aplicativo Debroker - criado pela corretora De Baco, de Porto Alegre - mostra uma grande quantidade de empresas importadoras fazendo ofertas de compras no sistema. Mas, de outro lado, não aparecem vendedores, demonstrando que há pouco produto à venda (quem tem, segura atrás de melhores preços, hoje girando em torno de R$ 1.150,00 a tonelada) Devido ao custo do frete, o trigo de qualidade não chega aos consumidores do norte do País, e, sem comércio, o produto acabará se transformando em ração no cocho de suinos e frangos no Sul. Em resumo,o País está jogando fora a oportunidade de se qualificar como exportador de trigo, embora haja também o maior estoque de trigo nos armazens do mundo - "o maior estoque dos ultimos 60 anos", informa o professor Lucílio Alves, pesquisador do Cepea. "Mas com a diferença cambial, nosso trigo é competitivo; só não temos volume suficiente para garantir a oferta constante". O dilema do gargalo da oferta - tanto para o mercado interno quanto para a exportação - somente será solucionado quando o País decidir transformar o trigo brasileiro num produto seguro de se produzir. "O que não é aceitável é vermos o risco climático unicamente nas costas do produtor", diz Lucílio. -- "Quando resolvermos assimir as despesas de seguro para o triticultor, aí somente restará a competição de custos internos para que o trigo melhor (produzido no Sul) seja destinado à exportação, ficando o abastecimento do mercado interno a cargo da produção no centro-oeste do País. --"As lavouras irrigadas do centro-oeste poderão dar tornar as populações do Nordeste e Norte auto-suficientes em trigo, enquanto o campos do Sul terão produtos para a exportação. Mas para isso é necessário resolver o gargalo das geadas", diz Lucíolo. Fonte: www.noticiasagricolas.com.br